Yoga e seus benefícios
Da raiz sânscrita Yug, que significa unir, integrar, a origem do Yoga perde-se na vastidão do tempo. Sistema técnico-filosófico milenar, no início foi passado verbalmente de mestre para discípulo. Posteriormente foi sistematizada na Índia, por Patanjali, através de sutras, que são frases encadeadas que formam um ensinamento, similares às flores que são colocadas uma a uma no fio de barbante e que formam o tradicional colar que o visitante recebe ao chegar à Índia.
Uma prática que tem sido muito comentada no
Ocidente, principalmente no Brasil, ganhando espaço na mídia através de
inúmeras reportagens e entrevistas, livros, filmes e documentários, aparecendo
até em novelas. Essa exploração de algo que até pouco tempo era visto com uma
prática de charlatães e envolta por um ar de mistério e religiosidade, vem
acompanhada também de muita desinformação e por vezes confunde mais do que
esclarece.
Vários ramos
do Yoga se desenvolveram ao longo do tempo, principalmente com a chegada de
mestres yogis nos anos 60 e 70 no Ocidente. Diversas vertentes hoje em dia
estão disponíveis para todos os gostos: Acro-yoga, Aero-yoga (em que as
posturas são praticadas em duplas ou com o auxílio de panos acrobáticos) Yoga
Dance, dentre outras. Ou seja, quem diz que não pratica Yoga porque acha muito
“parado”, ainda está ligado a um
estereótipo ultrapassado e que não reflete a realidade.
Vale lembrar
que Yoga não se resume ao aspecto físico, embora seja esse o mais procurado
atualmente. Princípios éticos que devem nortear a vida do praticante, chamados
de yamas e niyamas, são o primeiro
nível do Yoga, mas são pouco divulgado. O objetivo final do praticante é, em
última análise, a transcendência do Ego.
Yoga trabalha
corpo físico, mente e espírito, integrando todos os aspectos do ser humano. Mas
podemos fazer uma interpretação ainda mais vasta, pois através do yoga o homem
consegue se unir ao Criador, à Essência Suprema de todas as coisas. Podemos
dizer que Yoga é um caminho para o auto-conhecimento como também é o próprio
objetivo final de quem se dispõe a seguir esse caminho, a transcendência do ser
ou Samadhi.
Portanto, se
alguém está começando a se interessar pela prática de yoga, precisa procurar
escolas e profissionais capacitados, que apliquem os princípios como foram
codificados, que respeitem o aluno, e conheçam a anatomia e fisiologia humanas,
para não cair em modismos simplesmente em busca de uma “novidade” em detrimento
do ensinamento tradicional.
A grande
novidade de quem inicia a prática é passar a conhecer seu próprio corpo, a sua
capacidade respiratória, os espaços internos que criamos durante uma aula de
hatha yoga, o controle das próprias emoções, o desafio de conquistar uma
postura mais avançada, de adquirir maior flexibilidade com a prática constante,
de perceber os limites do corpo e ir além deles, de aquietar a mente e
encontrar a harmonia dentro de si.
Em meados do
século XX, o interesse pelo estudo científico do Yoga estava em franco
desenvolvimento na Índia. Nesse período Swami
Kuvalayananda concebeu o termo “Yogaterapia”, para designar a aplicação das
técnicas de Yoga com finalidades terapêuticas, a partir de estudos científicos
que realizava desde 1.926, no Instituto de Kaivalyadhama, em Lonavla. Estudos
recentes sobre os efeitos da prática de Yoga também tiveram lugar no Ocidente,
principalmente nos Estados Unidos.
Alguns
benefícios já comprovados cientificamente:
- reduz a dor crônica e melhora a atividade do sistema imunológico;
- alivia a depressão e a ansiedade;
- atua favoravelmente na redução do stress;
- confere flexibilidade e aumenta tônus muscular;
- promove a lubrificação das articulações e discos vertebrais;
- alivia dores lombares;
- ajuda a prevenir doenças cardíacas;
- melhora a oxigenação do sangue;
- confere estado de calma e tranqüilidade;
- reduz a tensão mental;
- promove o auto-conhecimento e melhora a auto-estima.
Mudanças
fundamentais no estilo de vida do praticante são observadas e, com isso, a
forma como ele passa a enfrentar problemas e dificuldades do seu dia a dia
também é alterada. Comumente, o praticante atua controlando suas próprias
emoções e por isso suas reações são menos intensas, o que progressivamente o
leva a gerar cada vez menos stress e ansiedade.
Ou seja, a
mente influencia o corpo e o contrário também parece ser verdade. Indo do mais
grosseiro (corpo físico) para o mais sutil (mente) é possível que o praticante
passe a controlar, inclusive, seus pensamentos, suas emoções e a reação física
desses pensamentos e das emoções, encontrando um estado de bem estar e
serenidade que tende a permanecer na proporção de sua dedicação à prática.
Uma
alimentação saudável também é Yoga, pois o praticante adquire consciência da
importância de se nutrir bem e adequadamente, faz melhores escolhas dos alimentos,
evita hábitos negativos, notadamente conhecidos como prejudiciais à saúde.
E então? Vamos
praticar?
**Texto por Paola Marchi, instrutora de Yoga no Espaço Circular Terapias Integrativas**
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