O que é mindful e intuitive eating?


Você já ouviu falar sobre o mindful eating ou o intuitive eating?
Bom, essas duas filosofias (podemos chamar assim para melhorar a compreensão) são as que sigo, fazendo um complemento entre elas.
O mindful eating é um dos diversos ramos do mindfulness, uma técnica de atenção plena. É se alimentar com intenção e atenção. Nessa visão, a alimentação deve seguir quatro pontos:

  • Consciência: esteja presente na alimentação. Preste atenção no aqui e agora.
  • Não julgamento: não tenha sentimentos críticos e de culpa em relação às suas escolhas.
  • Observação: perceba seu corpo e os sinais que ele lhe dá em relação à alimentação. Por exemplo: saciedade.
  • Sabor: atente as características do alimento (sabor, textura, cor, aroma).
O ponto principal do mindful eating é a importância de se alimentar de forma "correta" para garantir que seu organismo esteja sendo nutrido de forma adequada para ser saudável. E é justamente nesse "correto" que eu optei por trabalhar na junção dessa filosofia com a do intuitive eating.
O ato de se alimentar vai muito mais além do que consumir estritamente alimentos considerados saudáveis visando apenas a parte fisiológica, portanto os princípios do intuitive eating se aplicam perfeitamente para essa visão. São eles:

  • Rejeitar a mentalidade da dieta: não siga dietas restritivas, radicais e que prometam emagrecimento rápido, te fazendo se sentir fracassado quando não funcionam ou quando você recupera todo o peso perdido por não conseguir manter esse padrão alimentar. Não aceite que sofrer é a única maneira. 
  • Respeitar sua fome: mantenha seu corpo alimentado com a quantidade de energia e nutrientes necessários para que as funções biológicas ocorram de maneira adequada. Aprenda a identificar o momento em que a alimentação se torna excessiva. Então, você iniciará uma nova relação com a comida.
  • Fazer as pazes com a comida: não se proíba de comer algo em particular, pois essa restrição tão categórica pode gerar uma ansiedade muito grande em relação ao que você de fato está com vontade de comer. Quando finalmente se render ao seu desejo, sentirá enorme culpa e frustração.  
  • Desafiar a polícia da comida: não se permita pensamentos que te coloquem como uma boa pessoa por ter se alimentado pouco ou apenas com alimentos considerados saudáveis e uma má pessoa por ter comido um doce de sobremesa. Esse princípio é fundamental. 
  • Respeitar sua saciedade: compreenda os sinais que seu corpo dá quando está saciado. No meio da refeição pare e se questione sobre seu nível de saciedade naquele momento. Com isso, você irá aprender a entender seu corpo, suas vontades e ajustará sua alimentação de forma gradativa e sem traumas. 
  • Descobrir o fator de satisfação: comer o que realmente sente vontade, em um ambiente propício para sentir prazer no ato de se alimentar e seguindo os princípios anteriores, irá gerar uma força poderosa para que se sinta satisfeito e perceberá que isso ocorre de maneira mais rápida.
  • Respeite seus sentimentos sem usar a comida: encontre maneiras de lidar com seus sentimentos e resolver suas questões sem utilizar a comida como ponto de fuga. Entenda, a comida não irá resolver esses problemas e sentimentos. As questões internas devem ser encaradas e trabalhadas, não camufladas. 
  • Respeitar seu corpo: aceite sua genética. Da mesma maneira que uma pessoa que calça 38 não deve ter expectativa realista de usar um calçado 35, não se deve ter essas expectativas em relação ao corpo. Respeite seu corpo, aceite seu biotipo e se sentirá bem com quem você é.
  • Exercício - sinta a diferença: seja ativo, mas esqueça de treinos rígidos. Não faça exercícios pensando em quantas calorias irá perder. Apenas sinta como te faz bem se mover, realizar uma atividade que sinta prazer. 
  • Respeite sua saúde - nutrição leve: faça escolhas alimentares que respeitem sua saúde e seu paladar, te fazendo se sentir bem. Você não precisa ter uma alimentação considerada perfeita. É o que você come conscientemente ao longo do tempo que importa. Progresso, não perfeição é o que conta. 


Imagino que você esteja um pouco confuso em ler esses pontos e princípios considerando o momento atual da nutrição, onde a maior parte das pessoas é condicionada a restringir a sua alimentação na busca de um físico perfeito, camuflado pela desculpa de se ter uma boa saúde.
Para mim, esses princípios fazem muito mais sentido e é o que eu tento passar para os pacientes e para aqueles que me perguntam sobre alimentação saudável. 
Espero que goste do esclarecimento e qualquer dúvida pode deixar aqui no comentário ou, se preferir, entrar em contato pelo facebook. 

Beijos da nutri! 

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